Nao fui ligueiro no almoço, estava demasiado bom...cheguei atrasado ás jornadas.
Nao tinha perdido o mais interessante, digo eu como descargo de consciencia...
A sala estáva cheia, uma única cadeira de vago, á minha espera talvez...indicou-ma o Professor.
Nao me concentrei logo no que o Professor Antero dizia, não que fosse de descartar, simplesmente tanta gente reunida numa actividade de caracter cultural em Vizela, era novidade para mim. Magnetizou-me o pensamento para uma irónica conclusão...algumas daquelas pessoas deveriam ter confundido Jornadas do Património, com Jornadas do matrimónio, com esta crise afectiva, não me supreenderia a aderência. Felizmente não, a comunidade surpreendeu-me.
O ilustre Manuela Campelos fez uma viagem no tempo, sentados naquela voz vivida viajamos pelos ilustres de outrora, mecenas , enpreendedores, voluntariosos e altrúistas os nomes que dão graça ás nossas ruas.
longe de mim, a presunção do pensamento de que aqueles citados não seriam os mais acertados, concerteza o são.
Contudo, foi-se aclarando uma questão na minha cabeça, ou vizela era terra de homens desinspirados, não existindo artistas, assim não citados, ou vizela noutrora teve poetas, pintores, sonhadores , vítimas da flacidez cultural, não perpetuados na memória colectiva.
A desinspiração é doença moderna, palpita-me que a segunda hipotesse tem pernas para andar.
Mas que chato que eu sou, a palestra foi muito rica, de grosso modo viram-se os rostos da história de vizela.Inclusive in Loco, o Sr Manuel Campelos de espirito sempre jovial.
Entervalo, um cigarro, um díalogo, por vezes tive a sensação que era um monólogo, mas pronto chamemos-le diálogo.
Segunda parte, Dra Elódia canteiro, com o seu aspectro sempre muito maternal, com a apresentaçao do seu fantástico trabalho sobre A maternidade: Crenças, mitos e tradiçoes no território de Vizela.
Deambulou-se por lugares poucos comuns, a dimensão abstracta de uma realidade contida num universo feminino de cumplicidade entre maes e filhos.
Já não era novo para mim este estudo, mas foi sempre um prazer recorda-lo, aconselho viamente a leitura da seu livro,"Mortalidade Infantil:práticas associadas ao 1º ano de vida.", um pequeno descortinar sobre a realidade humana do nosso território, e não só.
De seguida, a antiga fábrica de papel da cascalheira, principio do século IXX, primeira produçao de papel do mundo utilizando materiais lenhosos.
Não foi novidade para mim o facto, despertou-me sim a curiosiade, o facto de o papel produzido ter presumivelmente uma márca de água original, contudo não se conhece nenhuma folha de papel fabricada na fábrica, palpita-me que algum entulho no sotão de uma qualquer família de nome comprido de vizela escoñda essa reliquia, irrita-me o pensamento.
Lembrei-me de mais uma motivo porque os franceses me arranham a paciencia, mas adiante, não interessa a minha gaulofobia.
Ultima exposiçao, uma arqueólego cativante:
Ò vizela soterrada que tantas segredos encerras,
entre inegrumes e imobiliárias
Jazes serena até seres encontrada.
Perfiro em jeito de poema, para não ofender ninguem. A palestra foi muitissimo interessante...
Parabens á
AVICELLA, por tentares trazer uma identidade a esta terra, pois sem isso, seremos esquizofrénicos culturais.