rainhavainua

Um bloge...heterogeneo, que pretende fazer uma reflexão, sobre os reais motivos da Rainha ir nua... A Rainha de vizela, para que se saiba.

terça-feira, julho 26

Ecologias da mente

Incomodam-me lenta e dolorosamente certos tipos de poluiçao...pedrinhas no sapato, que isoladamente não condicionam o andar, mas quando a inevitavel seta do tempo tem o dom de as multiplicar, quando o pé já não entra no sapato devido á sedimentaçao diária de poluiçõesinhas, ai basta!

O sapato encheu, agora condiciona o andar, aguento muita coisa, mas poluiçao cerebral não.
Esse tipo de poluição é altamente nociva, é cancerosa para a energia social, desafia a sanidade mental de um povo.

Por favor, digam que estou a alucinar e que eu não li na manchete de um semanário parente nosso, que as descargas poluentes do rio vizela são legais, realço- LEGAIS!

Só pode ter sido um devaneio da minha mente, que traiçoeiramente quer me fazer acreditar que existem descargas poluentes capazes de secar o útero da mãe natureza, legalmente aceites !

Esturpa-se uma divindade e a lei portege o esturpador...com certeza foi uma partida da minha mente!

Pior do que a poluiçao do rio, é a poluição cerebral que permite que ecos de acefelidade entoem nos meus ouvidos!!

segunda-feira, julho 25

Os génio são atemporais, vagueiam no tempo e no espáço. Pessoa hoje e sempre.

Eu, O Doutor



Dact-31.1.1932

Entrei uma tarde numa camisaria de onde gastava com o fim imaginando de comprar uma gravata. O caixeiro que estava livre de freguez, e qua há muito me conhecia, cumprimentou-me alegremente: «Boa tarde senhor doutor».
«Não sou doutor» disse-lhe e, era (a)[1] verdade. «Porque é que me julga doutor?».
«Ah, eu realmente julgava…» respondeu ele limpidamente.
Pedi gravatas, escolhi a que perferi, paguei. Nesta altura o outro caixeiro, que também de há muito me conhecia, veio ao pé do collega.
«Boa tarde», disse eu a ambos.
Os dois caixeiros inclinaram-se amáveis e synchronicos, e, como um só, disseram:
«Boa tarde, senhor doutor, e muito obrigado».


Fernando Pessoa


[1] Parêntisis do autor, encarando a omissão do artigo.


In:”Pessoa inédito”

A mais aguda das cegueiras é a que mora no espirito...é contagiosa...subtil, mas muito destrutiva. Mutiladora da nossa identidade cultural.

Clientela de que parte...

Passa-se
Pela melhor oferta
Restaurante em regilde
A trabalhar e pleno
C/ óptima e delicada clientela

in: noticias de Vizela,edição1091,22 de julho de 2005

sábado, julho 23

O poder local, o cancro da nossa sociedade..?! Será que a nossa Rainha tem um mal-ruim?!


- Repete-se a frase vezes sem conta, o poder local é o cancro da nossa sociedade, repete-se em artigos de opinião, estudos de justificação da deprimencia nacional, em discursos de insurgência social, em fim, uma verdade tantas vezes dita que se tornou ela própria prisioneira da sua própria luta.

- O poder local é efectivamente um dos cancros da nossa sociedade, assim como, a dormência cívica local se tornou causa e efeito desse cancro já diagnosticado perdendo assim a real legitimidade para proclamar a frase o poder local é o cancro da nossa sociedade.
Por isso, não o direi, já quase deveria ser uma verdade dogmática que devia estar assimilada, e ser o pressuposto de uma mudança individual de cada munícipe.
Assim, as futuras abordagens quase analíticas, sarcásticas, cínicas, criticas ou de qualquer outro teor mais curativos do que construtivos, que poderão aparecer neste blogue, deveremos simplesmente ao facto do nosso poder local ser uma doença diagnosticada que requer cura, e não propriamente um aluno do 7º ano, esse sim precisa de abordagens pedagógicas.
- Porquê o poder local? Será que tenho alguma frustração recalcada, algum complexo de inferioridade em relação a um poder aparentemente atraente e capaz de elevar algumas pessoas á condição de pequenos deuses(déspotas), que me conduz as palavras para um tom cáustico e quase munícipiófobico.

Não, a resposta é muito mais simples, e não requere abordagens freudianas, apenas requere uma abordagem minimamente abstracta de tentar visualizar o Global como o maior grau de distanciação entre poder e os indivíduos e o local, como o menor grau de aproximação entre poder e os indivíduos, partindo deste raciocínio será fácil concluir que o menor grau de aproximação entre o poder e as pessoas, será o grau que maior efeito prático exercerá sobre a vida das comunidades, ou seja, o poder local…tudo uma questão de escalas de análise meus amigos…

A Rainha vai nua,perdida e confusa, ferida, cambaleando inferma e solitária...alguém lhe quer valer? -haverá alguém que lhe possa valer?

A Rainha de vizela, repare-se, para que não haja equívocos...

Como foi fáçil despir a Rainha, nas ardilosas subtilezas dos seus súbditocratas, supostamente mandatários da uma plebe, na realidade surda e cega de clarividencia cívica e democrática...mas não serão estas as defeciências que alimentam e propocionam os pequenos déspotas?!

Subdítocratas, esclareça-se, subditos de uma rainha, burocratas do seu reino. Para as mentes menos dadas ás metamorfizaçoes cáusticas: Rainha->vizela; reino-> o seu concelho.

quarta-feira, julho 20

Se

Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdeme
te culpam por isso.

Se consegues ter confiança em ti
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas

Se consegues esperar sem te cansares por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos

Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres

Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos

Se consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo

Se consegues suportara escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo

Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.

Se consegues constringir o teu coração,nervos e força
para te servirem na tua vezjá depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em tia não ser a vontade que te diz:"Aguenta-te!"

Se consegues falar para multidõese permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente

Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender

Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado

Se consegues preencher cada minuto
dando valora todos os segundos que passam

Tua é a Terrae tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!


(Tradução de Vitor Vaz da Silva do poema "IF" de Rudyard Kipling)